sábado, 25 de setembro de 2010

Por dentro do Teatro Municipal de Londrina

Segundo registros históricos, a idéia de se construir um Teatro Municipal de Londrina foi manifestada publicamente há pelo menos 50 anos.

Desde então, a cidade cresceu e se tornou um importante pólo de produção cultural do país. Mas sempre conviveu com um déficit de espaços culturais.
Algumas iniciativas de se fazer o Teatro foram tomadas, mas nunca levadas em frente de forma efetiva.

Já no meu primeiro mandato de prefeito (2001 a 2004), um grupo de artistas me procurou pedindo providências. Um terreno no centro de Londrina, o do antigo Colossinho, estava vazio e seus proprietários diziam querer vendê-lo para um hipermercado – um empreendimento totalmente inadequado para área. Embora soubéssemos ser difícil comprar o terreno, o desapropriamos para uso com uma finalidade pública: a construção do Teatro.

Durante o segundo mandato (2004 a 2008), surgiu uma oportunidade que só uma cidade com o dinamismo de Londrina pode oferecer. Um grupo empresarial comprou no centro de Londrina, a caminho da região Leste, um terreno de 240 mil m2. Como é de lei, é obrigatória a doação de parte desse terreno para o poder público local.

Não tive dúvidas, conversei com a comunidade cultural, via Conselho de Cultura, e destinei 20 mil m2 para a construção do Teatro. A localização do Teatro não podia ser melhor. Fica na cabeceira do terreno, voltado para o centro histórico de Londrina e num entroncamento rodoviário que permite o fácil acesso de todas as regiões da cidade, bem como de todas as cidades da região metropolitana.

O PASSO DO PROJETO

Definido o terreno, partimos para a elaboração do projeto, o que não é uma etapa simples. Primeiro pedi que o Conselho de Cultura apontasse as características básicas que o futuro Teatro deveria ter. Disse aos conselheiros que não tivessem medo do arrojo, da ousadia. O Teatro tem que ser, dizia à época, a expressão da Londrina e suas potencialidades: o de ser uma cidade cosmopolita, de economia diversificada e forte, culturalmente rica e promissora.

O Conselho enfrentou o desafio e lançou as bases do que será o futuro Teatro: um complexo cultural com três salas de espetáculo (uma com 1.200 lugares, uma com 400 lugares e outra, multiuso, com plateia variada); biblioteca; sala de artes e salas didáticas dedicadas a variadas artes, entre outros.

Tínhamos então a base do que os arquitetos chamam de programa da obra. Demos, então, outro passo arrojado. Contratamos o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) para realizar um concurso público nacional para a escolha do projeto. Segundo o próprio instituto, o maior concurso público do gênero na Paraná em 30 anos.

Decisão arrojada, decisão acertada. O concurso foi um sucesso. Mais de 100 participantes de todo o país. Avaliados e julgados por uma banca de renome internacional. O vencedor foi um grupo de jovens arquitetos de São Paulo, liderados pelo arquiteto Thiago Nieves, que, com sua proposta, fez novamente cintilar o sonho do Teatro Municipal.

O PASSO DA CONSTRUÇÃO

De posse do projeto, fomos atrás dos recursos e da contratação dos mais de 30 projetos complementares para dar início à obra. Passos complexos. Poucas obras dessa complexidade e características são feitas no Brasil. Parece que o país da era Lula que está se abrindo para a construção de obras que atendam necessidades básicas da população e ao mesmo tempo propicie a ela verdadeiros saltos de qualidade de vida.

Para resumir a ópera: deixamos o governo com os projetos complementares contratados e, o que é mais importante, com os recursos para a primeira etapa da construção garantidos. E nos orgulhamos disso.

O Teatro é o tipo da realização que ajuda a definir o caráter e a personalidade de uma cidade. Essa cidade é Londrina, terra de gente de fibra, simples e trabalhadora. Mas também vocacionada para a produção e o usufruto do conhecimento e da beleza. Um cidade com os pés fixos na terra vermelha e os olhos voltados para largos horizontes.

Como deputado estadual, que engajar o governo do estado na construção do Teatro – possibilidade que se torna mais promissora ainda com a eleição de Osmar para governador. Na esfera federal, como aliado do deputado federal André Vargas e da futura presidente Dilma, com certeza seremos úteis para trazer os recursos necessários para a conclusão da obra.






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