quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Shoppings populares: uma história de sucesso

Passei a manhã desta quinta-feira, 30 de setembro, a dois dias da eleição, no chamado Camelódromo de Londrina. Uma festa só. Gratificante o brilho nos olhos dos comerciantes populares com a nossa visita. Os motivos eram expressos por eles: "Saímos da rua e viramos pequenos empresários". "Geramos emprego e renda. Somos importantes para Londrina ". "Ganhamos respeito e nova perspectiva de vida".

Há 10 anos, os camelôs viviam pelas ruas, sem condições dignas de trabalho, ocupando praças e calçadas de modo irregular. Quem não se lembra dos camelôs aglomerados na Praça da Bandeira e na calçada do Museu Histórico na Leste-Oeste?

Como prefeito, resolvi agir. Mas agir, sobretudo, com respeito ao ser humano. Escalei o então presidente da CMTU, Wilson Sella, e sua equipe para iniciar um processo de negociação com os camelôs para retirá-los da rua e iniciar um processo de formalização de suas atividades.

O começo foi difícil, como não poderia deixar de ser. Fui duramente criticado por setores como a ACIL e imprensa. Queriam soluções na base da botinada, como parece estar em voga hoje na cidade. Com paciência e muita conversa, tomamos a primeira medida que foi concentrar os camelôs na avenida São Paulo, em frente ao Terminal, retirá-los dos pontos de concentração dispersos e iniciar uma organização da atividade.

De forma breve, podemos dizer que o outro passo decisivo foi encontrar um novo espaço, já com os camelôs organizados. O espaço escolhido foi um imóvel que fica na esquina das ruas Sergipe com a Mato Grosso - onde eles, agora como microempresários, estão até hoje.

Durante um período, a prefeitura pagou o aluguel do imóvel. Novas críticas e muita pressão dos setores conservadores da cidade. Depois, tanto o aluguel quanto a administração do local foi assumida pelos próprios empresários, que já estavam em franco processo de formalização.

Mas para chegar aonde estão hoje, não foi fácil. Basta lembrar que os mesmos setores, que sempre foram contra esses empreendedores, articularam uma operação policial que fechou o Camelódromo, apreendeu mercadorias numa ação espetaculosa e desnecessária. Não que os shoppings populares não devam ser fiscalizados. Mas devem sê-lo com o mesmo tratamento dispensado, por exemplo, para os shoppings com outro perfil.

Hoje vejo que estávamos no rumo certo. Tanto que outras experiência de shopping populares surgiram po iniciativa dos próprios pequenos empreendedores com sucesso. As compras nesses shoppings são uma alternativa de compra para milhares de londrinenses, das mais diversas classes sociais. São empreendimentos, dentro de suas características, muito bem sucedidos, que tiraram centenas de pessoas das ruas.

O que esses microempresários querem é somente poder trabalhar, sustentar suas famílias e colaborar para o crescimento da cidade em vivem. A isso se dá o nome de cidadania. Esse desejo vem sendo satisfeito. Tenho uma ponta de orgulho de ter contribuido para essa história de sucesso. Creio que vem daí o brilho nos olhos das pessoas quando visito o Camelódromo.

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